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2 de nov. de 2015

Véspera de Finados


Amanhã será dia de lembrarmos oficialmente dos nossos mortos. E é essa memória que os manterá vivos até que nós mesmo não estejamos mais aqui para nos lembrarmos deles. E então quando já não estivermos mais aqui só restará a possibilidade de que alguém, em algum lugar, se lembre de nós, pelo que fomos de bom, de ruim e de memoráveis.  E assim seguirá a roda da vida e da morte. Mas o curioso mesmo dessa minha vinda até aqui, depois de muito tempo sem inspiração para escrever é que hoje, depois de perambular de pijamas (ainda estou) para lá e para cá, sentei-me em frente ao computador. Como rotina, sempre tenho uns cinco ou seis livros empilhados na minha estante, que são os que estão sendo lidos ou preferidos e assim sendo, faço pequenas viagens entre a tela do computador e a estante de livros ao meu lado. Esse é um dos meus lugares escolhidos para ler, pois posso fazer consultas, distrair-me, dar um tempo da leitura enquanto navego.  Hoje, olhei para a direita e peguei um livro de crônicas da Martha Medeiros e abri aleatoriamente, para um leitura rápida. Abri uma página qualquer e a crônica se chamava "O último a lembrar de nós" e falava exatamente sobre a véspera de finados e exatamente como eu percebo a lembrança após a morte.  A data em que a Marta escreveu a crônica era 01.11.2009, exatos seis anos antes.  Engraçada como a sincronicidade está presente em nossas vidas sem que prestemos atenção a ela. Preferimos chamá-la de "coincidência". Se ficarmos atentos veremos que elas são muito mais que coincidências. Hoje, por exemplo, era o dia de eu refletir o que o livro Feliz por Nada, da Martha tinha a me dizer. Essa crônica dizia "a gente vive até o dia que morre a última pessoa que lembra de nós". Interessante "coincidência"...

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