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27 de abr. de 2012

E a Martha Medeiros falou biscate...


Sou fã incondicional da Martha Medeiros desde o primeiro dia em que coloquei meus olhos nos seus escritos. Uma amiga querida me mandou um específico texto assinado pela Martha,  dizendo que tinha a minha cara e que poderia ter sido eu a ter escrito aquilo (o que obviamente me encheu de alegria e vaidade). Infelizmente não me lembro mais o título do texto, mas a identificação foi imediata.  E nesses anos todos tenho lido muita coisa dela e nunca tinha visto sair dela um palavrão ou  uma palavra torta. Finalmente, esses dias, lendo uma  de suas crônicas denominada Marias Gasolina, do livro Feliz por Nada, li que ela tascou um belo biscate lá pelo meio do texto.  Fiquei mais feliz ainda, porque se a Martha, com toda aquela elegância fala, eu também posso falar e ainda parecer elegante. Na verdade, eu falo até mais que biscate, mas algumas palavras, não sei se por criação familiar ou por algum trauma, me inibem. Biscate é uma delas.  Ao proferir algumas palavras destas que constam do meu vocabulário proibido, eu me sinto menor do que a pessoa a quem me refiro ou menor que a palavra que estou dizendo, por isso as evito. Na verdade, nem são muitas, mas entre verbos, adjetivos e substantivos acho que somam um montante de umas 20 palavras proibidas e vexatórias que eu não me permito proferir e para ser bem honesta, nem pensar. Estou aqui comigo fazendo uma conferência mental para saber se somam 20 mesmo e estou ficando bastante encabulada de enfileirar na minha cabeça e ao mesmo tempo, todas essas palavras que muitas pessoas falam ou escrevem sem a menor cerimônia. Eu adoro ler a Martha, mas confesso que ao ler “biscate” no texto dela, eu me surpreendi. Talvez por ser uma das minhas palavras de vergonha, talvez porque eu conheça um certo número de biscates, que eu tenho chamado oficial e elegantemente de meninas más ou em um momento de maior euforia..de vadias.