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23 de nov. de 2013

Eu e o tempo



O tempo deve significar diferentes coisas para diferentes pessoas. O meu tempo está sempre correndo atrás de mim, como se estivesse louco para me pegar. Ele é implacável, ligeiro e sempre está me atropelando. Por mais que eu tente fazer acordos com ele, ele insiste em não prestar atenção nos nossos acordos. Sempre acho que ele vai sobrar. Ele insiste em me faltar. As coisas boas passam rapidamente. Algumas não tão boas o tempo insiste em deixar lá, eternizadas por pensamentos lentos cuja velocidade deixaria os controles de velocidade intimidados. As pessoas dizem que, quando somos crianças, o tempo não significa muita coisa. Mas, se bem me lembro, quando eu era menininha eu queria que o tempo passasse rapidamente para eu fazer 18, ter peitos e consequentemente um  sutiã, depilar as pernas e, obviamente, beijar os meninos. Nessa época eu já me estranhava com o tempo. Mas,  quando dei por mim, tudo isso já tinha acontecido e já tinha ficando no passado mais que remoto. Acho que todo mundo acha que falar sobre o tempo é lugar comum. Talvez seja, mas a particularidade com que as pessoas vêem a passagem do tempo é algo único. Alguns pensarão que têm todo o tempo do mundo. Outros, como eu, acharão que o tempo é agora, é hoje e o que não for feito hoje poderá nunca mais ser feito, por inúmeras razões ou por uma razão somente. O tempo me dá vários medos. Com relação a algumas coisas, me dá pavores. Ficar velhinha, perder controles físicos ou mentais. Ficar dependente de familiares, conhecidos ou até mesmo de estranhos. Não devo estar sozinha nessa, mas acho que as pessoas quase não falam nisso. Até por medo de encarar o tempo.  Eu também não deveria falar, deveria somente deixar de ter medo dele e curtir tudo o que o tempo me traz.