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20 de nov. de 2012

Simples assim

Eu quero que alguém me conte o que é simples assim. Até hoje, não encontrei nada que fosse simples assim, nada que se fizesse sozinho, nada que eu pudesse realizar num estalar de dedos. Quando se é bem pequeno, nada é simples. Aprender não é simples, dividir não é simples, obedecer é ainda mais difícil. Depois, quando chega a hora de adolescer, a coisa se complica ainda mais. Não é simples ser criança, não é simples ser adulto, imagine então como não é simples não ser nem uma coisa e nem outra. É nessa época que entramos em um túnel cuja saída nem sabemos onde vai dar. Sair do túnel e da adolescência não é tão simples e quando nos tornamos pseudo-adultos chega então o momento de grandes escolhas. Faculdade, carreira, profissão, namorados, maridos e esposas. Instaura-se nesse momento um grande caos, pois somos adultos fazendo o que poderia se chamar de escolhas de uma vida. Chuta-se muito, erra-se mais ainda. Escolher não é simples e nunca será. As escolhas de hoje podem ser os nossos dissabores de amanhã. As escolhas de ontem não podem mais ser "desescolhidas" a menos que você esteja disposto a pagar um alto preço pelas "desescolhas" que fará, pois afinal de contas, nada é tão simples assim. As escolhas do futuro podem ser desenhadas hoje, mas podem não passar de sketchs. Se nada é assim tão simples, por que será que as pessoas complicam ainda mais aquilo que já não é nada simples? Algumas pessoas acham que é simples assim exterminar de suas vidas tudo aquilo que não é tão simples assim. Será?

Na Islândia...

Naquele preciso momento o homem disse: "O que eu daria pela felicidade de estar ao teu lado na Islândia sob o grande dia imóvel e de repartir o agora como se reparte a música ou o sabor de um fruto.! Naquele preciso momento o homem estava junto dela na Islândia - Jorge Luis Borges