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31 de mar. de 2007

Fumar pra quê?

Fumar é um vício tolo de uma pessoa que não teve coragem de ter outros vícios mais consistentes, mais robustos e mais severos. O mais engraçado é que as pessoas não começam a fumar por prazer, mas sim levados por algum outro motivo. Na adolescência, para identificação com o grupo ou pegos pela mídia, porque na adolescência pega-se tudo, inclusive vício, pela mídia. Na meia idade, para preencher espaços abertos e desequilibrios, situações graves ainda não bem trabalhadas, para substituir uma pessoa ou uma situação. Na velhice, e se você chegou até lá, você fuma porque fuma, porque na velhice e se você chegou até lá vale tudo. Os fumantes, na verdade, querem sempre te meter um cigarro na cara. Repare que em um restaurante o fumante estende o braço com o cigarro aceso na sua direção e não na direção dos seus. Quando se podia fumar em avião, o sujeito levava o braço lá para trás, enfiando a fumaça na sua cara. E em shopping então. Centenas de pessoas lá fora fumando sozinhas nas áreas externas. Será que quando sairam de casa eles disseram: vou até o shopping dar uma fumada e já volto? O cigarro é controverso. Há pobres que fumam pra encher a barriga e há ricos que fumam para emagrecer. Eu, que não sou fumante, fico horrorizada com as fotos que ultimamente aparecem nos maços de cigarro, mas pelo visto nem aquele cigarro queimado em forma de broxada surte efeito na moçada. Sujeito perde uma trepada, mas não perde uma tragada. Esse mundo está ficando bem estranho. Tenho um amigo que fuma o tempo todo um cigarro apagado nos vôos internacionais que faz. Quem quer pagar um mico desses? Claro que é o fumante. Por um cigarro se perde a vergonha e a dignidade. Alcatrão, nicotina, cancêr de esôfago não são palavras charmosas, fumar não é elegante e ser fumante passivo não está com nada. Fumantes, se toquem. A vida não pode ser feita de fumaça.

30 de mar. de 2007

O direito de calar

"Você tem o direito de permanecer calado, porém tudo que você disser será usado contra você..." Você poderia pensar que está lendo parte do tratado de Miranda, instituído em 1966, quando Ernest Miranda foi preso, sem ter sido informado de seus direitos. Acharam tanta sacanagem com o pobre do Miranda, que quando ele foi assassinado a facadas na prisão, alguém achou que deveria ler ao assassino o aviso de prisão, que foi denominado então Miranda warning, muito ouvido nos meios policiais dos enlatados americanos. Porém, não estamos falando do tratado. Estamos falando de uma pura realidade da vida, quando tudo, absolutamente tudo que a gente diz pode ser, e certamente será, usado contra nós mesmos. Lembra-se quando você contava para a sua prima querida ou para seu melhor amigo algum segredo de vital importância para você? Na primeira briga, tudo aquilo que você tinha contado voltava zumbindo ao seu ouvido, como se a pessoa tivesse prazer em te contar exatamente aquilo que você já sabe, só que dito agora com ares de crítica e superioridade, como se o outro fosse detentor de certo poder sobre a sua informação. Muito cuidado tem que ser tomado com aquilo que contamos aos nossos melhores amigos. Segredos então, nem pensar. Aliás, eu nunca entendi muito bem essa dinâmica dos segredos. Quando se tem alguma coisa que ninguém, mas ninguém, pode saber a gente corre contar e pede segredo. Quanta estupidez! Se você que é o dono do precioso segredo não se conteve e contou, por que você acha que a outra pessoa tem obrigação de guardar o "seu segredo"? Eu, particularmente, nunca me meti em enrascada por sair contando por aí os segredos alheios. Posso até garantir que não foram poucas as vezes que fiz isso. Devo ter uma certa imunidade divina para os segredos dos outros que revelei ao longo do caminho, mas gostaria mesmo de saber quantos dos meus segredos, aqueles preciosíssimos que eu não consegui conter, estão soltos por aí, sendo divulgados no melhor boca a boca possível.

29 de mar. de 2007

Bunda de mulher

Foto de Marcio Pilot
Profissionais, amadoras, carnudas, gordinhas, retas, empinadinhas, magrinhas, nem tanto, apreciáveis, elogiáveis, depreciáveis, com penugens, depiladinhas, hipnotizantes, novas, velhas, de gaveta, murchas, disponíveis, indisponíveis, antigas, usadas, surradas, literalmente surradas, mas sempre ...bundas. Os homens ficam malucos com elas, sem elas e por elas. Bunda causa problemas conjugais. Bunda resolve problemas conjugais. Bunda cria rivalidades entre amigas. Bunda resolve problemas financeiros. Bunda sai na revista, no jornal e até no rádio. Tenho certeza que no último BBB a bunda das participantes foi fator determinante na escolha das candidatas, já que nenhuma delas tinha cérebro para entrar em nenhum tipo de concorrência. Naturalmente, para os homens, a melhor bunda é aquela que não pertence à sua atual esposa, à ex esposa ou à futura esposa, porque ao se tornar o chamado dono do material, ele já estará interessado na bunda da vizinha e a bunda da vizinha não precisa ser sequer melhor do que a dele, basta que seja da vizinha. Segundo a Superinteressante, "a bunda feminina difere da masculina em 3 pontos essenciais: é maior, mais empinada e rebola. Não é preciso dizer o quanto essas qualidades agradam ao homem". Não, não é preciso dizer, basta ser do sexo feminino e ter uma bunda para saber. Queria ser homem por um dia para ficar o tempo todo olhando as bundas femininas e aprender qual o atrativo real da bunda e dessa forma poderia colocar aqui um post muito mais técnico sobre bunda feminina, mas como isso não me será dado fazer, vou me virando com as minhas próprias conclusões. Saiu na mídia que uma multinacional iria contratar a Jennifer Lopez para marketear o seu produto, porém após algum tempo de negociação a empresa fechou o contrato com a Gisele Bündchen, de onde eu concluí que bunda custa caro e que a empresa não tinha dinheiro para pagar a bunda da Jennifer. Pelo jeito, quem vê bunda não vê coração, mas quem quer ver o coração? Que Deus abençoe as bundas.

26 de mar. de 2007

Pecados e Virtudes


Com o intuito de catalogar os vícios e controlar os instintos básicos, foram criados dois tipos de pecados: os perdoáveis com o sacramento da confissão e os capitais, esses sim, merecedores de condenação. Acho que foi uma boa forma que encontraram para nos fazer sentir culpados por estarmos infringindo, a todo momento, um ou dois dos pecados capitais. Em contra-partida, e para que nos sentíssemos ainda mais culpados, a Idade Média nos brindou com as sete virtudes cardinais para que fiquemos olhando para elas e pensemos "como eu estou cada dia mais longe de chegar perto de uma dessas virtudes" . A saber, a luxúria se opõe à castidade, a avareza à generosidade, a gula à temperança, a preguiça à diligência, a ira à paciência, a inveja à caridade e o orgulho à humildade. Analisando friamente os pecados e comparando-os com as virtudes, fica muito fácil despencar para o lado dos pecados. Na verdade, vamos quase que naturalmente para eles sem grandes esforços e sem grandes alardes. Em um piscar de olhos e com uma leveza ímpar uns três já são cometidos de saída. Dizem que a prática das virtudes protege as pessoas contra as tentações dos pecados. Eu particularmente acho que é uma tremenda sacanagem fazer pecados tão simpáticos e atraentes contra virtudes tão inalcansáveis e difíceis de serem praticadas. Quem desenhou esse modelo devia estar com um mau humor do cão naquele dia. Criam-se as ceias de Natal e não pode-se cometer a gula, as espreguiçadeiras colocadas à beira mar não podem conter a preguiça. A Hilux do vizinho não pode contemplar de maneira nenhuma a inveja. Um chefe te aporrinhando o saco não pode te deixar irado. Não se pode ser avarento nem de vez em quando e a luxúria, ah a luxúria que só de ser mencionada já nos leva para os pensamentos mais impuros. Dizem ainda que se colocadas em ordem crescente de santidade, a castidade vem em primeiro lugar, seguida da generosidade e vamos parar por aí que é muito pecado para uma pessoa só sair carregando sozinha, embora eu tenha certeza que nessa, eu não estou sozinha.

22 de mar. de 2007

Monte de letras... palavras que eu gosto


luxúria, travesseiro, bacana, pantufas, cacarecos, esdrúxula, imprestável, paixão, vermelho, cotovelo, impressionante, absolutamente, altamente, discernimento, estelionatário, cabide, vão, intempéries, esculacho, belicoso, edredon, insulto, escafandro, fleumático, rolha, biscoito, madagascar, solícito, Benjamin, incólume, antúrio, enfronhado, proletariado, infame, hediondo, antagônico, bisbilhotar, encarar, ruir, puído, andarilho, inconsequente, catraca, latifundiário, bicicleta, bombeiro, indulgência, clemência, entupido, salamaleque, intuição, justificativa, engodo, achocolatado, denegrir, especular, aturdir, pragmático, rubicundo, malevolência, estigma, fronha e ideologicamente

18 de mar. de 2007

A infelicidade não existe


Demora muito para a gente descobrir que é feliz a maior parte do tempo. Aliás, poderia demorar bem menos para a gente aprender a curtir todos os momentos felizes de hoje, dos quais a gente não se dá conta. Quando a gente é bem jovem acha que a felicidade está lá para a frente. Quando se fica mais velho, a tendência é achar que a felicidade ficou lá para trás. Parem com isso já! Adolescer é muito chato, complicado, comprido, demorado e injusto, mas passa. Envelhecer é somente injusto e passa ainda mais depressa do que a adolescência.
Vamos nos alegrar com o hoje. Hoje somos seres mais perfeitos do que fomos ontem. Hoje resolvemos melhor os nossos problemas, hoje lidamos melhor com as variantes e com os intempéries. Hoje rimos do passado e estamos mais preparados para rir do futuro. Hoje gostamos mais do que nos tornamos e menos do que planejamos nos tornar. Hoje ligamos o foda-se num piscar de olhos. Hoje as pessoas te respeitam porque você se respeita. E como informação adicional para aqueles que ainda não chegaram aos 35 ou ainda não estão felizes, foi realizado em Madrid o I Congresso Internacional da Felicidade e os participantes foram unânimes em dizer que depois dos 35 anos estamos mais aptos a dizer que a infelicidade não existe, o que existe são momentos infelizes. Está esperando o que? Mãos à obra.

10 de mar. de 2007

Viajar é mala

As pessoas simplesmente amam viajar para todos os lugares, para quaisquer lugares, para onde quer que seja, para o fim do mundo, para bem pertinho. Não importa o destino, as pessoas querem se locomover daqui para lá e de lá para cá e querem chamar isso de viagem Não importa para qual lugar do mundo você viaje, qualquer viagem restringe a vida das pessoas a um quarto de hotel e uma mala, ou a um quarto de hotel e várias malas. E tendo em vista que em um quarto de hotel não tem nada que nos pertence e é um lugar totalmente impessoal, durante o período da viagem, a nossa vida fica restrita a uma e tão somente uma, mala. De repente, tudo que nos pertence não está mais perto de nós. Com sorte você conseguirá levar tudo o que acha que precisa na dita mala, mas vai chegar uma hora que nada que você gostaria que estivesse perto de você está, somente a mala e nesse momento você lamentará não ter levado dez malas. Com sorte a mala caberá no porta malas do carro que você alugou pensando no seu conforto e não no conforto da mala. Se você vai fazer então aqueles passeios pitorescos e animados, sem destino e sem hotel com reserva prévia, ai então é uma festa. Ou você deixa as malas no carro e corre o risco de voltar e não ter mais nem as malas na vida, ou você carrega a mala de porta em porta de hotel e nesse momento você se orgulhará de nao ter levado dez malas. Isso se a mala não extraviar, porque se isso acontecer, você vai passar toda a viagem tendo que correr atrás da mala. Não há paisagem, monumento ou museu que te faça esquecer que, naquele momento, você não tem nada na vida, além da roupa do seu corpo e vai desejar ardentemente não ter feito a besteira de restringir a sua vida a uma mísera mala.

8 de mar. de 2007

Você tem ciúme de quê?




Você ja reparou que as pessoas ciumentas morrem de ciúme de alguma coisa que a outra pessoa "faz" e não exatamente da outra pessoa? Sim, porque a pessoa amada muda, mas nunca mudam o fatos que adoecem a criatura ciumenta. Ciúme é uma lamentável enfermidade congênita que, se você nasceu com ela, certamente morrerá com ela. Quem tem ciúme, por exemplo, dos colegas de trabalho da pessoa amada, sempre terá, não importa onde a pessoa trabalhe, com quem e nem em quais circunstâncias. Se ele trabalhar com loiras, lindas e inteligentes será lastimável, e se trabalhar somente com vários marmanjos barbados será lastimável também. O ciumento vê o resto do mundo como potenciais riscos à sua segurança. A insegurança e a falta de auto-estima do ciumento é tanta que estar junto com o outro não é suficiente, é preciso torturar, torturar e torturar até o derradeiro pé na bunda, que um dia ou outro chegará. A pessoa ciumenta se incomoda com absolutamente tudo. O outro não pode suspirar sem que o ciumento ache que foi um suspiro causado por uma lembrança inusitada e, claro animada, de uma situação especial, da qual o ciumento não participou. Até explicar e convencer o ciumento que foi somente e tão somente um suspiro, você já terá comprometido o jantar, o cinema e a trepada dos próximos três meses. E não adiantam juras de amor eterno para o ciumento, pois ele está sempre cego e muito mais preocupado com aquilo que o outro não fez e talvez jamais fará.

5 de mar. de 2007

Ser diferente é normal



Gente normal é muito chato. Gente normal não se diverte com coisas que saem errado e que fazem toda a diferença para tornar a vida mais agradável e divertida. Gente normal não gargalha alto, não espirra alto, não confunde alto executivo engravatado com segurança de shopping center, não se perde fazendo o oito nos viadutos de São Paulo. Gente normal não vai à Mitsubish quando quer comprar um carro Toyota. Gente normal não se perde em Congonhas, vendo milhares de aviões sobrevoando a sua cabeça, não derruba o cone quando o comando policial pára o carro para pedir documentos, enfim gente normal não faz um monte de coisas divertidas. Mas afinal, o que é ser normal? O que é ser anormal? Alguém tem uma resposta precisa para essa pergunta? Claro que não, pois cada um tem uma visão pessoal e individual de normal e de anormal. Por esse motivo, eu prefiro dividir as coisas de outra maneira. Prefiro dividí-las entre saudável e não saudável, para facilitar a minha própria análise. Tudo que é natural é saudável, tudo que é divertido é saudável, tudo que nos dá prazer é saudável. É preciso estar sempre atento ao que é saudável e nunca ao que é normal, porque você pode estar perdendo milhares de oportunidades saudáveis, apenas para querer parecer normal!

3 de mar. de 2007

"Até que a morte os separe"

Será? Eu, particularmente acho que sim ou pelo menos, deveria ser assim. Casamentos deveriam durar a vida toda. Um apenas, um lindo e imaculado casamento. Tenho uma opinião simplória sobre casamentos. Se for muito, mas muito bom mesmo, tem que ser somente um...na vida. Se for ruim, tremendamente ruim, tem que ser somente um e pronto. Primeiro, você não vai arrumar dois homens maravilhosos nessa vida para casar-se com eles e, segundo, ninguém deveria ser tão burro para querer repetir uma experiência desastrosa. Casamentos que nascem para durar a vida toda respeitam três princípios básicos: respeito à individualidade do outro, respeito à individualidade do outro e respeito à individualidado do outro. Sem esses três ingredientes não há casamento que dê certo. Você não se adona do sujeito porque casa com ele. Que mania que esse povo tem de querer virar dono do outro. Deixa o outro viver sossegado. Quem tiver que fazer algo, que a outra parte considera errado, vai fazer de qualquer maneira, então relaxa! E parem de querer paixão o tempo todo! Quem falou que paixão não está planejada para durar, no máximo e tão somente, dois anos. Sim, dois anos, isso é científico e o ser humano não pode viver apaixonado ou não conseguiria cumprir seus papéis primários e básicos para fazer valer o dito cujo contrato. E de mais a mais, quem aguentaria mudar de marido de dois em dois anos para viver somente em estado de paixão? Paixões teimam em morar do outro lado da cerca. Além disso, existem as famosas e assustadoras pensões. Conheço homens que se casam tanto, mas tanto, que o salário não é suficiente para sustentar tantas famílias. Por tudo isso, e para ser prática, sou adepta ao casamento "até que a morte os separe". Afinal de contas, o objetivo final é encontrar a melhor forma para ser feliz, até que a morte nos separe... da vida!!!