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29 de mai. de 2007

Homem soltinho é prego

Homens interessantes jamais estão jogados ao vento, prontos para serem pegos e deliciosamente consumidos. Se você encontrar um homem sozinho, desimpedido, disponível e com mais de 40, fuja dele. Fuja com gosto e não olhe para trás. Certamente, você está diante de um ser que podemos chamar de prego sem cabeça. Homens interessantes, por volta dos 40, estão casados, cumprindo seus deveres maritais, cuidando carinhosamente dos filhos, dos cachorros e dos bens da família. Já o prego sem cabeça está soltinho no mundo. Ele provavelmente vem de um casamento mal sucedido e desfeito, no qual a esposa entrou com o pé e ele entrou com a bunda e a mala na qual ele carregou seus pertences rua afora. Geralmente, esse homem já paga uma ou duas pensões familiares e é um duro. Homens desse tipo estão com saudades das cuecas passadas e do macarrão da sogra nos domingos à tarde. Eles estão super carentes de uma casa limpa e não de uma mulher ou de uma companheira. Homens interessantes não saem de seus casamentos para ficarem soltos ao vento. Quando muito, saem dos seus casamentos para se conectarem com outras mulheres, com as quais eles já vinham se relacionando antes do casamento oficialmente acabar. Isso posto, a chance de você encontrar um homem interessante solto e disponível depois dos 40 é próxima de zero. Quanto aos pregos, eles certamente terão alguns vícios como beber, jogar ou sair compulsivamente com os amigos mesmo depois de você tê-lo encontrado. Eles sempre vão alegar que ficaram "assim" porque sentiam-se extremamente solitários após a separação. O prego sem cabeça não vem, necessariamente, de um casamento desvalido. Ele pode ser também um solteiro convicto. Nesse caso, para correr sem olhar para tras, alugue algum tipo de veículo automotor super possante. O homem que nunca quis constituir uma família e já passa dos 40 é um imaturo nato. Ele pode até ter saído da casa da mamãe, o que eu altamente duvido, mas ainda não saiu do útero da distinta senhora. Esse tipo de prego nunca vai ser convencido de que ele cresceu. Nesse caso é mais fácil você se relacionar com a mãe do prego e nos intermédios ver se sobra algum tempo para passar com o prego, propriamente dito. Agora, se o prego sem cabeça é um ex casado que voltou para a casa da mãe... bem, então eu não tenho palavras para descrever o quanto você terá que correr desse homem. O que eu sugiro é que você faça o seguinte: pegue um martelo, um prego sem cabeça e tente pendurar um lindo quadro na sua parede preferida e...depois você me conta.

27 de mai. de 2007

Pé na bunda... never more!

1) Não insista em ter uma conta corrente com seu marido, namorado, amasiado, juntado e nem sequer com o cara de quem você enviuvou. Nem os mortos querem ter contas conjuntas. Homens não gostam de manter contas conjuntas. Mulher bagunça tudo, nunca sabe o saldo, não escreve no canhoto do cheque a que se refere a despesa e gasta mais, tremendamente mais, do que tem na conta.

2) Não fale com ele com vozinha de criança. Você não é criança. Um adulto que se respeite não sai por ai falando como se fosse uma imbecil e ainda querendo respeito. Gente que fala que nem criança não deve ser levada em consideração.

3) Não insista em ter o sobrenome do cara com o qual você está casando hoje. Até outro dia o cara não era nada seu e agora você quer se adonar do nome do sujeito? Tenha um pouco de hombridade e mantenha o seu nome de solteira. Afinal se você nasceu Silva não precisa se tornar, de repente, uma Orleans e Bragança, para logo depois levar um pé na bunda e se tornar uma Silva de novo e depois uma Gonçalves, Siqueira, Gomes, Sanches ou qualquer um desses nomes. Afinal de contas não é a mudança de nome que vale.

4) Não tenha 5 filhos. Seja comedida no seu instinto maternal. Sua casa vai virar um inferno e não vai haver dinheiro que chegue. Filhos absorvem todo o seu tempo. Você não vai ter mais tempo (e nem dinheiro) para se arrumar, portanto a chance de seu marido arrumar outra(s) cresce proporcialmente ao número que filhos que você tiver. E mais, a cada gestação você pode não perder todos os quilos que você ganhou na gestação. Mulheres desleixada são fortes candidatas a pé na bunda.

5) Entenda que o cara com o qual você está se casando, não está se casando com a sua família. Portanto, ele não tem que tolerar a sua mãe, seu pai, suas irmãs, seus irmãos, seus cunhados, seus cachorros, seus gatos, seus passarinhos e suas plantas. Dê-se por contente se ele gostar de você. Isso deveria bastar, o resto é totalmente negociável. Agindo dessa forma, muito provavelmente você não vai ter que conviver tão intimamente com aquela desagradabílissima sogra.

6) Libera o cara para uma cervejinha ou um futebol. Não há cristão que aguente uma semana estressante de trabalho e quando chega a hora de uma parca diversão, vem aquela mulher chata e desagradável e corta o barato do cara. Afinal de contas, ele paga as contas, supre as necessidades básicas da casa, coloca o alimento na boca das crianças, paga a escola e ainda leva o cachorro fazer xixi às 05:00h da manhã para não perder a hora no trabalho. Libera o pobre!

7) Não queira discutir a relação toda vez que o árbitro apita o início da partida do time do sujeito e nem às 23:45h quando o sujeito acaba de deitar-se para dormir. Outro horário onde discutir a relação está terminantemente proibido é depois de uma trepada. Homens não precisam discutir a relação como as mulheres precisam. Entenda que se ele está com você, a relação vai muito bem, obrigada. Pé na bunda é alguma coisa que se leva sem muita discussão na relação.

8) Não chame o seu marido de "pai". Ele não é seu pai. Ele é, se tudo correu bem, no máximo, o pai dos teus filhos. Que homem vai ter tesão e vai querer levar para a cama uma mulher que o chame de "pai"?

9) Não reviste o seu homem. Ele não é um procurado pela polícia. Ele é somente o homem que você escolheu para viver com ele. Não fique checando o celular, os bolsos, os e-mails. Não fique horas no computador tentando descobrir a senha do sujeito. Ele também tem direito a alguma privacidade.

10) E finalmente, não dependa financeiramente do sujeito. Uma mulher que não tem grana para comprar seus próprios absorventes higiênicos, além de não merecer respeito, merece um louvável pé na bunda.





25 de mai. de 2007

Um chapéu ansioso

Era uma vez um chapéu. O chapéu era altivo e imponente, porém ele nunca conseguia um lugar na chapelaria mais elegante da cidade. Desde bem pequenino, o chapéu queria ingressar na loja do Sr. Vasconcelos, conceituada loja de chapéus masculinos, que sobreviveu a um tempo em os homens usavam esse acessório como forma de mostrar poder, status e elegância. O chapéu tinha vários outros amigos que jamais se interessaram em se preparar para a loja do Sr. Vasconcelos. Esses outros amigos viviam nas ruas, brincando, jogando e se divertindo e nunca entenderam direito a determinação do chapéu em aspirar um lugar na loja elegante. Quase todos os dias o chapéu parava em frente à loja para admirar os outros chapéus expostos, sem entender muito bem porque ele nunca era convidado a ser exposto na loja. Um dia, durante essas suas passadas pela loja, o chapéu notou que o dono estava ausente e que havia um substituto atarefado atendendo os clientes. Coincidentemente, um chapéu havia sido vendido e havia um lugar disponível para o qual o chapéu se atirou, se ajeitou, e com a sua melhor pose de chapéu de classe, ali ficou. Nesse momento, ele sentiu um orgulho imenso de estar ali, mas que durou apenas alguns segundos. Postado ali naquela vitrine, ele percebeu que olhar de dentro para fora não era tão empolgante como olhar de fora para dentro. Ao entrar ali ele estava deixando lá fora um mundo de acontecimentos e não faria mais parte dele, se ali permanecesse. Ao olhar para dentro da loja ele somente via a harmonia, o silêncio e a elegância dos chapéus e isso chamava tanto a sua atenção que ele não tinha olhos para mais nada. Agora, tendo feito as considerações nas duas posições, ele pensou que seu lugar era realmente fora da loja. Pensando em uma forma de se mandar dali o mais rápido possível, ele sentiu um toque. Alguém iria comprá-lo. E agora? Como explicar que ele não estava à venda? Que ele não pertencia à loja? Que tudo aquilo era um equívoco? Nesse momento, e antes que ele pudesse fazer qualquer coisa, ele foi gentilmente embrulhado, colocado em uma caixa e entregue ao seu novo dono. O chapéu nunca tinha se sentido tão sufocado antes, dentro de uma caixa. Com o balançar cadenciado ele foi sendo levado para o seu novo lar. Sentiu-se zonzo, enjoado, quis pedir para o seu novo dono parar, para que ele pudesse respirar, mas nada disso foi possível. Depois de algumas horas de andanças ele finalmente chegou. No primeiro momento, foi deixado em cima da cama, ainda fechado em sua caixa. Depois, foi gentilmente colocado ao lado de outros tantos chapéus, enfileirados uns ao lado dos outros, para o que poderíamos chamar de mais um item para uma coleção de chapéus. Não sairia dali tão cedo, não olharia mais a vitrine com os outros chapéus elegantes, não teria mais a possibilidade de se passar por um chapéu elegante, pois ao realizar seu maior e único desejo, deixou milhares de possibilidades para trás. Foi assim que a história conheceu o primeiro chapéu a sofrer de ansiedade.

22 de mai. de 2007

A prayer for the stressed

Grant me the serenity to accept the things
I cannot change,
the courage to change the things I cannot accept,
and the wisdom
to hide the bodies of those people I had to kill
today because they pissed me off.
Also, help me to be careful of the toes I step on today,
as they may be connected to the ass that I have to kiss tomorrow.
Help me always to give 100% at work:
12% on Monday, 23% on Tuesday, 40% on Wednesday,
20% on Thursday, and 5% on Friday.
Also, help me to remember:
when I'm having a really bad day, and it seems that people
are TRYING to piss me off,
that it takes 42 muscles to frown
and only 4 to extend my middle finger
and tell them to bite me.

Culosofia

E eu que achava que não gostava de música gospel. Finalmente, vou me render a um hit gospel. Vocês já pensaram no tamanho do saco cheio coletivo para que essa música faça tanto sucesso? Em apenas duas semanas o hit já foi visto por mais de 700 mil pessoas no youtube. A música já rendeu remixes, paródias e homenagens. O hit virou febre na internet. E pensar que a música foi inspirada em um vizinho, que até agora não deve saber que é o "muso" inspirador da canção. O engraçado de tudo isso é que todo mundo que ouve o hino culosófico pensa em alguém ou em vários alguéms. Todos nós conhecemos algumas pessoas para quem gostariámos de entoar o hino. Como diz a cantora e atriz Cristiane Nicolotti "A repercussão mostra como está todo mundo de saco cheio" e é bem por ai. Ela se inspirou na caricata bispa Sônia e criou a Roberléa, seguidora do cusistencialismo. A partir de agora, podemos optar também pela filosofia cusistencialista e finalmente "encontrar a libertação". Vá até lá e liberte-se você também. E viva a culosofia! http://www.youtube.com/watch?v=dHpSCHxb780


11 de mai. de 2007

Pense numa pessoa chata!

Esse post tem endereço certo. Ele é dedicado a uma pessoa chata. Não a qualquer chato, mas a um chato específico. Eu conheço centenas de pessoas chatas, mas nenhuma delas é tão chata que já tivesse merecido um post no meu blog, mas essa merece. Sabe aquela pessoa que quando está no ambiente, todas as outras estão fazendo caretas escondidas para ela? Basta essa pessoa passar por um canto, um corredor, um beco ou por qualquer lugar, que cada um tem uma cara ou uma torcida de nariz para fazer para ela. Esse tipo de chato é chato por unanimidade. Todos concordam com a chatice crônica do sujeito. Toda vez que você vai contar uma história dessa pessoa, a outra pessoa tem três histórias de chatice bem piores do que a que você ia contar. A pessoa chata não se manca e se acha legal. A pessoa chata sempre acha que é querida e que é mais esperta do que os outros seres que convivem com ela. A pessoa chata tem sempre uma pergunta descabida, um comentário idiota, uma dúvida sem sentido ou uma opinião que ela poderia guardar para ela para o resto de sua vida, que não faria a mínima diferença para o planeta. A pessoa chata não tem simancol, aliás ela nem sabe o que é isso. Mas eu conto o que é, caso a pessoa chata leia esse post e queira comprar umas três caixas. Simancol é um medicamento imaginário recomendado a pessoas que não se mancam. A expressão é usada no Brasil numa forma informal e obviamente com sentido sarcástico. Deriva da expressão se mancar, igualmente um regionalismo do Brasil, com o significado de perceber a inconveniência da sua própria atitude. Às vezes você conhece um "chato na dele". Esse chato a que me refiro é proativo. Chatos proativos deveriam ser extintos do planeta. Se o chato tiver poder então, valha-me. Ai ninguém aguenta. Chato com poder deveria ser enquadrado como um ente de alta periculosidade para o convívio social. O chato aparece do nada. O chato te procura e te acha. O chato quer meter o bedelho em tudo onde ele não é chamado. O chato nunca se irrita, irrita os outros. Minha única alegria diante de tudo isso é que os chatos passam. Nunca conheci um chato que tivesse se perpetuado na minha vida. Chatos passageiros são a melhor espécie de chatos. Espero que esse chato passe logo, assim como todos os outros chatos que já passaram. Até o próximo chato.

7 de mai. de 2007

Uma avó de ontem

Eu quero uma avó com cara de avó. Quero uma avó velhinha, vivida, doída, sofrida e forte. Uma avó dominadora, resoluta, decidida, acolhedora, carinhosa, porém sem nunca perder a cara e o jeito de avó. Quero olhar para ela e ver em seu rosto as marcas da vida, das lutas, das vitórias e também das derrotas. Quero olhar seus cabelos branquinhos, suas rugas marcadas, seu vestido roliço, suas meias grossinhas, seus sapatos confortáveis e seu colo disponível. Quero uma avó que cozinhe em fogão a lenha, que tenha uma cozinha grandona e que saiba as melhores receitas que um neto pode provar. Não me venham com avós turbinadas, botoxadas, restilenadas, recapeadas e recauchutadas. Essas avós estão destinadas aos garotos de 30. Quero uma avó serena que tenha tempo de ler histórias para seus netos. Quero uma avó dedicada para se ficar de mãos dadas, enquanto se chora pelo primeiro namorado perdido. Quero uma avó durona, mas que chore com e pelos seus netos. Uma senhorinha distinta sempre pronta para salvar um neto de um pai ou uma mãe exigentes demais. Quero uma avó que tenha tempo para desembaraçar cabelos rebeldes e que saiba fazer tranças complicadas. Eu quero uma avó que não tenha medo de envelhecer, que veja em cada neto uma história de vida, que se envaideça com as suas conquistas e que nunca, nunca, se decepcione com as suas derrotas.

6 de mai. de 2007

Sombra e água fresca

Eu gosto de sombra e água fresca, sim. Sempre gostei, sempre gostarei. E atire a primeira pedra no meu telhado, aquele que também não gosta. Quem foi o infeliz que disse que trabalho dignifica o homem? Não creio que o ser humano foi projetado e desenhado para trabalhar tanto e descansar tão pouco. Trabalhar não é coisa da natureza. Tudo o que é da natureza nos cai bem e nos dá prazer. Namorar, beijar, beber água, comer, transar, dormir são coisas que nos caem muito bem. Já trabalhar, estudar, fazer MBA, doutorado, pós-doutorado, especializações, não caem bem, não são coisas da natureza. Quando Deus criou o mundo, ele não disse "Crescei, multiplicai e fazei MBA". Ele disse somente "Crescei e multiplicai" e nesse comando ele estava nos dizendo que deveríamos transar, transar muito, afinal de contas havia um mundo inteiro para ser povoado. E se até Deus descansou no sétimo dia, por que nós pobre mortais não deveríamos descansar também. O cara que inventou as férias devia estar em estado de graça naquele dia. Existe algo melhor que férias? Existe algo melhor que 30 dias inteiros para se ficar de cabeça vazia e pernas para cima? Não é preciso levantar cedo, não é preciso engolir o almoço sem mastigar, ou engolir uma sanduiche na mesa de trabalho. Não é preciso, sequer, engolir um sapo. Não é preciso ir a reuniões que têm hora para começar e nunca para acabar. Não é preciso pegar engarrafamentos e nem chegar atrasado, aliás nem é preciso chegar em lugar nenhum. Não é preciso ouvir um monte de merda e pensar "eu realmente faço parte de tudo isso"? Não é preciso ler 400 emails por dia, não é preciso contemporizar, concordar, acordar, discutir, provar, comprovar, ajeitar, socorrer, ajudar, resolver, telefonar, agendar, reagendar, concorrer, provar, comprovar, reprovar. Ainda bem que no meio de tudo isso, afortunadamente, uma vezinha por ano, ainda se encontra alguma sombra e alguma água fresca.