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31 de dez. de 2013

Feliz Ano Novo




Texto de Martha Medeiros

Foi-se embora mais um ano, 12 meses, mais de 300 dias em que pagamos contas e procuramos lugar pra estacionar. 
Um ano a mais de experiências vividas, um ano a menos de juventude. Um ano a mais de filmes de que gostamos, trabalhos que nos frustraram e pessoas com quem convivemos menos do que gostaríamos. 
Tempo consumido em chopes, estradas, telefonemas, suor, tevê e cama. Você envelheceu ou cresceu este ano? 
Envelhecemos sentados no sofá, envelhecemos ao viciar-nos na rotina, envelhecemos criando os filhos da mesma forma como fomos criados, sem levar em conta algumas novas necessidades, outras formas de ser feliz. 
Envelhecemos passando creme anti-rugas no rosto antes de dormir, envelhecemos malhando numa academia, envelhecemos nos queixando da tarifa do condomínio e achando que todo mundo é estúpido, menos nós. 
Envelhecemos porque envelhecer é mais fácil do que crescer.Crescer requer esforço mental. Obriga a tomadas de consciência. Exige mudanças. 
Crescer é a anti-repetição de idéias, é a predisposição para o deslumbramento, é assumir as responsabilidades por todos os nossos atos, os bem pensados e os insanos. 
Crescer dá uma fisgada diária no peito, embrulha o estômago, tem efeitos colaterais. Machuca.Envelhecer não machuca. 
Envelhecer é manso, sereno. 
Envelhecer é uma apatia um não-desempenho, um deixa pra lá, vamos ver o que acontece. O que acontece é que você fica mais velho e se considerando tão sábio quanto era anos atrás, anos que se passaram iguais, sabedoria que não se renovou. 
Crescer custa, demora, esfola, mas compensa. 
É uma vitória secreta, sem testemunhas. 
O adversário somos nós mesmos, e o prêmio é o tempo a nosso favor. 

Feliz Ano Novo. 

21 de dez. de 2013

Eu e as Festas de Natal

Este ano parece ter voado e de novo nos deparamos, sem ter a noção do tempo que já passou, com as vitrines e o encantamento do Natal. A energia do ar muda. As pessoas parecem ter pressa. Carros aparecem por todos os lados como se eles nunca estivessem estado ali. Tudo pulsa. Tudo vibra. Deve ser porque os pensamentos de todos estão focados mais ou menos nas mesmas coisas. Troca de presentes, preparação da ceia, contatos com amigos distantes, atropelos de viagens. Tudo precisa ser pensado e planejado. A festa nos atropelou. É tempo de fechar o balanço da vida. De novo. Sem que queiramos, fazemos um resumo mental dos achados e dos perdidos, dos ganhos e das perdas, dos pontos negativos da jornada e dos positivos. Talvez alguma coisa será perdida no balanço. As mais importantes ficam. Somamos tudo, dividimos, multiplicamos, procuramos a média e atribuímos uma nota para o nosso ano. Fazemos um nariz torto para a nota. Poderia ser melhor.  Juramos que no próximo ano vamos tomar todas as decisões certas. Chega de erros. Alguns chegam a fazer uma lista. Lá para Março, a lista não é mais encontrada. Muito menos as decisões. Mas ainda é Março e ainda dá tempos mesmo sem a lista. Vamos lá, o ano está apenas começando.  Prometemos ser pessoas melhores, trabalhar menos e aproveitar mais a vida, dar mais atenção aos entes queridos, malhar mais, comer menos, abrir um negócio, fechar um negócio, casar esse ano, se descasar esse ano, emagrecer, parar de fumar, tomar mais sucos e menos refrigerantes, perder a barriga, perder alguns medos, olhar algumas pessoas de frente, abolir outras do nosso convívio. A lista é infinita, o peso de se fazer tudo isso enorme. Seguimos em frente. O plano parece perfeito. Vai dar certo dessa vez. A esperança está lá. A fé também. Pensamos, afinal de contas, com a determinação que eu me encontro hoje, nada pode me abalar e me tirar do plano. Vamos esperar que sim. Vamos ser otimistas, que isso é muito saudável. Vamos esperar que o ano que vem seja imensamente melhor que esse. Que nos traga o que este não nos trouxe e que leve o que não deveria estar aqui. Pensamento positivo. Energia em alta. A todos que aqui passarem, eu desejo um Feliz Natal e a melhor energia para 2014.

4 de dez. de 2013

Eu e a moda



Não curto modismos. Eu, sinceramente, os evito. Nada mais constrangedor do que parecer uma pessoa saída de uma linha de montagem e deixando para trás centenas de outras com a mesma cara, o mesmo corte de cabelo e o mesmo estilo. Definitivamente, não!. Uma vez li uma fashionista dizendo que não segue moda e que a moda, eventualmente, passa por ela. Achei incrível. Só uma pessoa com estilo pode se dar ao luxo de dispensar a moda e os modismos. Algumas pessoas ainda não se deram conta de que não basta que algo esteja na moda para se sair usando. Algumas coisas não foram feitas para todas as pessoas. Muitas coisas foram feitas para bem poucas. Achar esse equilíbrio e ter a segurança de que não é necessário seguir a moda para ter estilo é uma dádiva. Creio que algumas pessoas não saibam encontrar o seu estilo. Passam a vida perdidas nas estampas se a moda é estampa, nas bolinhas se a moda é bolinhas e nas roupas justíssimas (de não se entrar) ou folgadíssimas (de sobrar panos para todos os lados).  Reconheço que as ofertas são infinitesimais mas é preciso cautela. E quando falo em modismos, falo em dedões dos pés com florzinhas, cabelos loiríssimos e sem vida apenas para serem loiros,  nove dedos com esmalte preto e um com esmalte branco. Falo qualquer coisa que pode comprometer altamente um visual que poderia ser clean, mas com uma marca registrada. A marca do bom gosto. Pensando assim, caio em um outro pensamento que sempre me ocorre. Bom gosto e bom senso todo mundo acha que tem. Pois é, não tem. Então, como julgar quem está na moda e quem não está se tudo é tão pessoal e intransferível? Modismo ou não, essas coisas massificadas, que todos usam e que todos querem eu dispenso. Nem quero saber se estou na moda. Quero saber de ter encontrado meu estilo e segui-lo independente das últimas tendências. Estilo é intuitivo. Você precisa deixar fluir. Não siga a moda, deixe que a moda siga você. Quem sabe, de vez em quando, vocês não acabam se encontrando.