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9 de jul. de 2008

A espera

É muito chato esperar elevador lá embaixo. Mais chato ainda é ter que esperar o elevador subir até onde ele tem que nos levar. Não se tem muito a ser feito quando se está subindo ou descendo de elevador. Esse momento dentro do elevador é curto demais para se fazer alguma coisa e longo demais para não se fazer nada. Caso haja espelho, você se arruma. Se estiver acompanhado, uma olhadinha básica para o outro, esperando que ele não perceba. Se estiver sozinho, arrisca olhar uma espinha, um pêlo desarrumado ou mesmo uma coçadinha discreta em algum lugar secreto. Se estiver acompanhado, e olhar no espelho, corre-se o risco de encontrar o outro também te encarando pelo espelho e ai fica tudo mais constrangedor ainda. Alguns arriscam um papo. Um papo furado, claro, porque não se tem nada muito profundo para ser falado a um desconhecido nesses infindáveis minutos. Alguns olham para os pés, outros para as unhas, outros para a chave. Muito provavelmente todos olharão para o contador de andares. Hoje temos um companheiro para todas as horas que é o nosso celular. Nada mais oportuno que ler as mensagens do celular quando estamos no elevador. Eu, particularmente, acho a distância entre o térreo e o meu andar infinitamente longa. Outro dia resolvi pegar o meu companheiro de todas as horas e cronometrar a distância que eu considero infindavel. Não é que deu apenas alguns míseros segundos?

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