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24 de ago. de 2008

A casa da gente

Não existe lugar melhor no mundo do que a casa da gente. Na casa da gente a gente pode tudo. Na casa da gente tem tudo que a gente quer. O melhor hotel do mundo não tem aquele canto que você adora ficar, aquele CD que você adora ouvir e nem aquele armário cheio de guloseimas que você adora fuçar. No melhor hotel do mundo não tem a cama da gente. Aquela que conhece cada curva do nosso corpo e que nos acomoda com tanta perfeição. No melhor hotel do mundo não tem o travesseiro da gente. Aquele que conhece tão bem cada um dos nossos pensamentos. O chão da casa da gente é o melhor lugar para se pisar descalço. Cada pedacinho da casa da gente conhece um dos nossos segredos. Não importa quão grandes sejam as nossas tristezas ou quão grandes sejam as nossas alegrias, é na casa da gente que celebramos os nossos melhores momentos ou desabamos diante das nossas piores derrotas. É na casa da gente que estão guardados todos os nossos hábitos e todas as nossas manias. As nossas insanidades também estão espalhadas por lá. É lá que podemos praticá-las e exercitá-las, sem o menor constrangimento e sem que ninguém nos incomode ou interrompa. E lá tem também o sofá da gente, pronto para nos receber a qualquer momento. Nosso sofá nem quer saber se estamos felizes, esgotados ou acabados. Na casa da gente a gente pode desistir, repensar, adiar, cantar bem alto, resmungar, Na casa da gente não tem cobranças. "Não há lugar como o nosso lar" já dizia Dorothy ao final de O Mágico de Oz. Sábia Dorothy, que já sabia desde então que na casa da gente é possível ser feliz.

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