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18 de ago. de 2012
Blá Blá Blá
Admitindo humildemente a minha ignorância, sempre achei que blá blá blá fosse uma expressão nascida na língua portuguesa. Só que ela não nasceu brasileira e sim foi importada da França. O blá blá blá tupiniquim ia bem até que um dia ouvi uma pessoa de origem turca, moradora em Istambul dizer a expressão. Fiquei intrigada com aquilo e perguntei para algumas pessoas se sabiam a origem da palavra e como ninguém soube me dizer, fui procurar a sua origem. Descobri que a mesma nasceu na França, derivada da onomatopeia imitativa ou relacionada ao verbo blaguer (que significa dizer coisas ridículas ou mentiras). Nessa linha de onomatopeias, acabei lembrando-me da expressão nhenhenhém, que obviamente nunca ouvi um turco pronunciar, portanto não deve ter origem de nenhum verbo em francês. Resolvi, também, procurar a origem da expressão. Diz-se que nhenhenhém vem do verbo nheë, em tupi, e quer dizer falar muito e sem noção. Quando os portugueses chegaram ao Brasil, os indígenas não entendiam aquela falação estranha e diziam que os portugueses ficavam a dizer "nhen-nhen-nhen". Até hoje, estamos aguentando muito nhenhenhém de todos os lados. Sabidas as origens e mortas as curiosidades, vamos tocar a vida, sabendo que de bla bla bla e de nhen nhen nhen também se vive.
15 de ago. de 2012
Liber...doce...dade
A questão da liberdade está sendo tratada desde o século VI a.C, quando os primeiros filósofos resolveram discutir a realidade última das coisas. Até hoje, os filósofos contemporâneos não encontraram uma resposta satisfatória e que contivesse a essência da liberdade, ainda que em sua forma mais primária. Quando os conceitos começam a ficar confusos demais e os acordos começam a se embaralhar, tendo a procurar uma definição que atenda as minhas próprias necessidades e nas quais me baseio para ir seguindo adiante. São definições individuais facilitadoras para que eu resolva meus próprios conflitos. Para mim, a liberdade é uma condição que acontece somente dentro de você. Ela não tem outros donos, ela só pertence a você. É impossível exercer a plena expressão da vontade humana coletivamente. Embora seja um sonho almejado por todos, eu sempre me pergunto: Depois que você alcança uma forma qualquer de liberdade, o que você faz com essa nova condição? Depois do trabalho que te exigia e entediava? Depois do relacionamento que te oprimia? Depois do amigo que só exigia e não te dava nada em troca? Depois do relacionamento desgastado terminado? E agora? Agora, todas as formas de liberdade assustam, pois tiram de você o "outro" no qual você se baseava para sentir-se preso e consequentemente impedido de seguir em frente. As pessoas gostam de colocar no ombro dos outros o peso de suas responsabilidades. No caso da liberdade, é muito difícil assumir autoria, fazer valer, encarar de frente e olhar nos olhos da liberdade. Liberdade tem preço, liberdade custa caro, liberdade solta as rédeas. Nem todos estão preparados. Nem todos sabem o que fazer com ela. Liberdade demais confunde. Liberdade de menos sufoca. Liberdade é um caminho desconhecido. Em caso de perda de rumo, pergunte o caminho ao melhor aliado da liberdade que é o seu coração. Ele sempre sabe para onde ele tem que te levar para encontrá-la.
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