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20 de ago. de 2007

In...Segurança

Tem coisas que avô diz e a gente nunca esquece. Gosto de uns ditados populares que, apesar de muito simplórios, são sábios:

Quem nas nasceu para ralar coco, morre de cócoras.
Quem nasceu para burro, nunca chega a cavalo.
Quem nasceu para ser tatu, morre cavando.

Esses ditados são carregados de uma inegável veracidade. Todos os dias encontramos pessoas que adorariam ser cavalo, mas nunca vão passar de burro e outros que provavelmente acabarão cavando de cócoras. Eu não canso de dizer que gente boa já nasce pronta. Não precisa se esforçar para provar nada a ninguém. Gente competente a gente reconhece de longe. Está no modo de falar, no modo de vestir, no modo de olhar e no modo de andar. Quando você cumprimenta uma pessoa, a forma como ela aperta a sua mão já diz tudo. Um aperto de mão fraco transmite insegurança e desinteresse, já um aperto de mão firme transmite força de espírito e interesse pelo outro. O meu dentista, por exemplo, tem o aperto de mão mais xinfrim e desanimado do planeta. Sempre achei que o desânimo era comigo, mas vim a saber que ele é conhecidíssimo por aí pelo aperto de mão frouxo e pouco entusiasmado que ele carrega. Certo dia fui cumprimentar uma pessoa e fui tão entusiasmada que chacoalhei a pessoa inteira, o que me causou muito constrangimente e a quase queda da pessoa. Fico querendo perguntar o que leva a pessoa a ser tão desanimada em relação aos outros, mas ainda não tive essa coragem. Por outro lado, já tive minha mão quase esmagada com a força que o sujeito empreendeu no aperto de mão. De novo, não tive coragem de perguntar o que leva uma pessoa a tentar esmigalhar a mão da outra para mostrar interesse e simpatia. Apertos de mão remontam ao antigo Egito, quando guerreiros se cumprimentavam como forma de mostrar que não estavam armados, num processo de transmissão de confiança. Hoje esse processo marca, geralmente, o início de uma conversação. Ser seguro não é para qualquer um e apertos de mão podem demonstrar segurança ou insegurança. Segurança é uma coisa que você tem, ou você não tem. Ninguém consegue fingir que é seguro, assim como ninguém consegue fingir que é inteligente ou descolado, ou arrojado. As pessoas são como são e isso é que faz a coisa toda tão divertida. Enfim, quem nasceu pra lagartixa, nunca chega a jacaré. A boa notícia é que o mundo precisa das lagartixas tanto quanto ele precisa dos jacarés.

Um comentário:

Anônimo disse...

Posso acrescentar uma situação que também prova tudo sobre o caráter e a postura da pessoa. Foi a primeira coisa que aprendi sobre sexo, dos amigos mais velhos, quando ainda adolescente na minha velha Itapetinga, quando ainda transávamos com bananeiras e jumentas. Zé Valmir, do alto da sua sabedoria sobre putas e quengas, sentenciou-me: "Se ela pegar no seu pau sem sorrir, e apertar firme e interessadamente, é amor, não pague nada, ela está gostando da coisa...". Sempre segui esse conselho/critério com absoluto sucesso. Portanto posso afirmar com segurança e experiência: o que a face de uma mulher revela quando ela segura um pau duro e decente é tudo que um homem pode querer saber. Beijos.