..
26 de jan. de 2008
Entusiastas da vida
Tem gente que se entusiasma, mesmo. Com alguma coisa, com muita coisa, com pouca coisa, com quase nada. Gosto de ver esses entusiastas em ação. Entusiastas adoram congestionamentos. Bastou um feriado prolongado, para que os entusiastas se lançem na estrada, felizes da vida. Para o entusiasta, um congestionamento é um acontecimento. Passar oito horas dentro de um carro para encontrar a praia não menos congestionada é um prato cheio para os entusiasmados da vida. Entusiastas gostam também de aglomerações. Vide a queima de fogos para celebração do ano novo. Foram 4 milhões de entusiastas entre Rio de Janeiro e São Paulo. É entusiasta que não acaba mais. Essa categoria de pessoa gosta também de tudo que é grátis. Não importa se ganhou uma passagem aérea, um abajour usado de rifa, R$ 10.00 no bingo. O entusiasta celebra a vitória com a mesma euforia. Afinal, ele é um entusiasta. Entusiastas também acham bacana tocar violão e beber cerveja no boteco. Passam horas e horas e horas, incansáveis, e vidrados naquele momento. Entusiastas gostam, especialmente, de cachorros. Não importa se você tem que levá-los duas vezes por dia para fazer xixi, se você mora em apartamento. Entusiastas levantam as 5:00h da manhã para fazer o Totó feliz e também ficam felizes que o Totó fez xixi. Eu poderia ficar falando horas sobre a classe, mas tenho certeza que você conhece um entusiasta, ou vários. Aquela pessoa que vibra com certas coisas enquanto você pensa - mas que bagaça é essa que esse cara curte tanto. Entusiastas se contentam com qualquer coisa e isso é o bacana em ser um entusiasta. Quando eu crescer, também vou querer ser uma!
Assinar:
Postar comentários (Atom)
2 comentários:
Eu sempre torci o nariz para a classe dos entusiastas, porém, durante muitos anos fiz vista grossa e entrei para o clube por causa das crianças. Pelos meus filhos enfrentei horas de viagem em estradas congestionadas, horas em filas da Disney, em fila de cinema, em festas barulhentas, levantei cedo para passear e um sem fim de coisas que pais fazem. Ao menos eu fazia e com mucho gusto, sono e às vezes um pouco irritadiço. Não achava muito bacana, mas fazia.
Hoje, enquanto os netos não chegam, ouço as epopéias de final de semana na praia da minha empregada, onde a mesma, com um baita sorriso, relata a satisfação pelo acordar cedo num domingo, enfrentar trânsito, calor, praia cheia e ruim, fazer a “siesta” sob a Kombi depois de saborear um franguinho na praia e o retornar não menos conturbado ( ao meu ver) e coço a cabeça, feliz por ela, que, em sua simplicidade, acha tudo isso muito divertido.
Ouço também meus amigos e amigas europeus que dizem ser este o melhor país do mundo para se viver, afinal, o povo aqui é alegre, receptivo, e se diverte com tão pouco.
Um deles chegou aqui há vinte anos e não mais voltou para a gélida Dinamarca.
Não sei se este é um país de entusiastas, ou se são os gringos que estão certos, mas, como a minha querida empregada diz, em sua pureza , simplicidade e alegria contagiante– “Seo Alê, a gente não precisa mesmo de todas essas coisas de rico para ser feliz, né? “
Acho que não mesmo, Maria.
Adendo ao comment acima:
Maria ficou emocionadíssima e agradecida ao ler seu nome e frase publicados.
Encarregou-me de agradecê-la, Naís.
Alê
Postar um comentário