Um dia, eu ainda vou pular feliz em cima da cama comemorando essa tão falada, esperada, sonhada, desejada e, por alguns, temida aposentadoria. Fazem da aposentadoria um bicho de sete cabeças. Eu discordo. Todos nós, se não sucumbirmos antes, temos direito a uma aposentadoria feliz, sadia e de preferência, longa. Vejo pessoas que já poderiam estar aposentadas, caindo aos pedaços, e ainda trabalhando. Não só tirando a oportunidade de jovens, como deixando de aproveitar momentos preciosos de vida. É claro que ser um aposentado no Brasil é ainda mais desolador do que em qualquer outro país, mas ainda assim, é um tempo livre que nos pertence. Deveríamos nos aposentar, no máximo, aos 40 anos. Estaríamos, dessa forma, plenos e absolutos para curtirmos a vida. Essa coisa de se aposentar aos 65 anos é desoladora. Muita gente nem chega aos 65 anos. E a contar que tem gente que começa aos 15, lá se vão 50 anos de pura escravidão. O que é que querem de nós? Que trabalhemos até a morte? Que puta sacanagem. E quando você bravamente chega lá, ainda tem que encarar o estigma de ser aposentado. É claro que se você se aposentasse aos 40 não haveria essa coisa de ser olhado como um velhinho acabado. As pessoas te olham torto, como se alguém tivesse a obrigação e o dever de trabalhar até os 90. É claro que com a idade que a gente se aposenta só nos resta jogar bingo, baralho, damas, tricotar, bordar e fazer bolo de chocolate para os bisnetos. "Libertas quae sera tamen". Um dia eu também chego lá!
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