O dicionário nos conta que conformar-se é "aceitar algo", "resignar-se", e a vida nos ensina. Para mim, a vida é um infinito exercício de conformações finitas. Todos os dias, estamos nos conformando com algo, várias vezes ao dia. Acordamos nos conformando que temos que trabalhar e ao olharmos no espelho, pela manhã, nos conformamos que o nosso cabelo tem vida própria e não, necessariamente, é a vida que queríamos para ele. Já no café da manhã, nos conformamos que temos que nos alimentar saudavelmente e nem pensar em cair na tentação dos pãezinhos com muita manteiga cheíssima de gordura trans. No trânsito, nos conformarmos que existem mais carros do que gostaríamos e menos ruas que nos levam para os nossos destinos. Chegamos ao trabalho e lá sim praticamos o exercício da resignação total e irrestrita. Todos ali estão se conformando com alguém(s) ou alguma(s) coisa(s) e lá se vão mais oito ou nove horas de puro exercício de conformismo e resignação. No final do dia, temos novamente que nos conformarmos que ainda temos que achar tempo para correr, nadar, ir para a academia, fazer pilates, ir à manicure, à depiladora, retocar o corte do cabelo, fazer limpeza de pele, lavar o carro, pegar a roupa na lavanderia, visitar a amiga que fez uma cirurgia plástica, passar na padaria - sim, e depois nos conformarmos que não deveríamos nem ter passado na padaria, quanto mais ter comido o pãozinho, mas também agora já é tarde demaise o jeito é conformar-se. Eu, particularmente, acho que é muito conformar-se para uma vida só e para aqueles que acham que todos reencarnaremos, acho que a barra ainda vai ficar mais difícil.
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29 de nov. de 2008
Conforme-se..
O dicionário nos conta que conformar-se é "aceitar algo", "resignar-se", e a vida nos ensina. Para mim, a vida é um infinito exercício de conformações finitas. Todos os dias, estamos nos conformando com algo, várias vezes ao dia. Acordamos nos conformando que temos que trabalhar e ao olharmos no espelho, pela manhã, nos conformamos que o nosso cabelo tem vida própria e não, necessariamente, é a vida que queríamos para ele. Já no café da manhã, nos conformamos que temos que nos alimentar saudavelmente e nem pensar em cair na tentação dos pãezinhos com muita manteiga cheíssima de gordura trans. No trânsito, nos conformarmos que existem mais carros do que gostaríamos e menos ruas que nos levam para os nossos destinos. Chegamos ao trabalho e lá sim praticamos o exercício da resignação total e irrestrita. Todos ali estão se conformando com alguém(s) ou alguma(s) coisa(s) e lá se vão mais oito ou nove horas de puro exercício de conformismo e resignação. No final do dia, temos novamente que nos conformarmos que ainda temos que achar tempo para correr, nadar, ir para a academia, fazer pilates, ir à manicure, à depiladora, retocar o corte do cabelo, fazer limpeza de pele, lavar o carro, pegar a roupa na lavanderia, visitar a amiga que fez uma cirurgia plástica, passar na padaria - sim, e depois nos conformarmos que não deveríamos nem ter passado na padaria, quanto mais ter comido o pãozinho, mas também agora já é tarde demaise o jeito é conformar-se. Eu, particularmente, acho que é muito conformar-se para uma vida só e para aqueles que acham que todos reencarnaremos, acho que a barra ainda vai ficar mais difícil.
23 de nov. de 2008
Eu odeio jeans
16 de nov. de 2008
O nome das coisas
Nem sempre sabemos o nome de todas as coisas, embora sempre saibamos um pouco sobre quase todas as coisas. Por exemplo, hoje eu descobri o nome de uma coisa que eu já conhecia, mas não sabia o nome: "froteurismo." Embora a prática seja bastante conhecida, não tenho muita certeza se as pessoas sabem o nome da prática. Froteurismo é o ato de excitar-se esfregando o órgão sexual em outras pessoas sem o devido consentimento das mesmas. Acho que a maioria das pessoas conhecem essa prática por encoxada. Ônibus lotados, metrôs, cinemas e aglomerações são os lugares mais indicados para essa prática. É engraçado que só esse roçar na outra pessoa já proporcione prazer sexual, não sendo necessários quaisquer outros contatos ou continuidade do ato. Dizem os especialistas que esse desvio é adquirido na infância, proveniente de alguma situação parecida e que deu prazer ao fulano. Essas parafilias são inúmeras e estão sempre relacionadas a três fatores: poder, risco ou vingança. Os tratamentos são psiquiátricos ou medicamentosos, mas em alguns casos somente o isolamento do indivíduo em questão resolve o problema. Será que aqueles cachorros ordinários que vêm correndo trepar com as pernas da gente, quando a gente chega na casa de um amigo, sofrem de froteurismo?
Teorizando a Foda
9 de nov. de 2008
Trabalho inútil
Cada pessoa tem uma forma de lidar com uma cama desarrumada. Eu, particularmente, detesto arrumar camas, especialmente as de casal, nas quais você tem que andar quilometros em volta dela, só para garantir que elas estejam imaculadamente sem dobras ou rugas. Porém, odeio também deixar a cama desarrumada, assim como não acho que um desconhecido deva entrar no seu quarto para arrumar algo que é tão pessoal. Pela manhã, normalmente você está lento e moroso. Seu corpo ainda dorme. Seus músculos estão inertes. Eles sequer acordaram e já se deparam com uma árdua e imediata tarefa pela frente. Sem contar os ácaros. Quando você acorda e sai da cama, os bichinhos ainda ficam por lá por algum tempo. Vá dar uma volta, tome seu café, tome um belo banho e somente depois você volta para reembalar os ácaros e guardá-los para que, quando você voltar para a cama, eles estejam sorridentes esperando por você. Existem diversas maneiras de se lidar com uma cama desarrumada. Alguns arrumam ao levantar, outros jamais arrumam, outros dormem por cima do edredon ou da colcha para já levantar com a cama arrumada, outras, quando os maridos viajam, dormem de um lado só da cama para não ter que arrumar os dois, e sei até de alguns, que arrumam a cama ao se deitar, pois odeiam dormir em cama desarrumada. E só para constar, uma pessoa que viver aproximadamente 75 anos terá arrumado a sua cama aproximadamente 27.375 vezes. Quanto trabalho inútil.
1 de nov. de 2008
Ano novo, vida velha
Sempre me pergunto sobre a real necessidade de mudarmos de ano. Sempre quando chega dezembro começa o alvoroço. Parece que todo mundo se liga em 220v esperando não sei o que acontecer. No salão de beleza que eu frequento, me perguntaram se eu não queria marcar um horário para o Natal e Ano Novo porque a agenda está cheia e não vai ter lugar para mim. E eu sei lá se eu estou viva no Natal e no Ano Novo para ficar ocupando lugar na agenda? Se eu quiser me embelezar nessas datas, vou marcar alguma coisa bem perto e se não tiver lugar, foda-se. Acho também que já deve ter gente comprando peru e tender, com medo que esses itens acabem. Eu nunca vi um destempero maior do que no mês de dezembro. Todos querem comprar muito, todos querem se gostar muito, todos querem aproveitar muito, todos querem consumir muito, todos querem viajar muito. Por que não distribuir esses afazeres ao longo do ano? Todo final de ano eu tento entender, mas não entendo esse medo que as pessoas têm de não cumprir suas metas, planos, desejos e compromissos. Calma pessoal! Em janeiro do próximo ano você ainda vai precisar consumir, comprar, comer, gostar das pessoas, brigar, lutar, adminstrar a sua vida, exatamente como fez durante esse ano. Nada mudará, tudo estará como sempre foi. Porque o ano mudou, mas você não mudou, a sua vida não mudou. Você não vai gostar mais da sua sogra, brigar menos com sua mulher, gritar menos com seus filhos, deixar de ficar atrasado no trânsito. Seu dinheiro não vai render mais... e pode até ser que renda menos. Enfim, relaxe, não se estresse, deixe a vida correr solta. Não apresse a vida. Não gaste a sua energia correndo atrás daquilo que não precisa, afinal de contas, correr atrás daquilo que precisa já é bem cansativo. Feliz todos os anos!
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