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29 de dez. de 2012

Bem me quer...mal me quer

Quem já não colocou a sorte amorosa nas mãos de uma pequenina margarida e deu asas à brincadeira para saber se um grande amor era correspondido? As meninas da minha época fizeram. Os meninos, sendo de outro planeta, tenho certeza que não, mas se fizeram, tiveram o cuidado de fazer bem escondidos. Por que será que meninas e meninos têm uma visão tão diferente das brincadeiras? das sortes e azares? das intuições? das necessidades delas e deles? do amor e da forma de vivê-lo? Por que será que Deus criou dois seres tão diferentes e esperou que juntos eles vivessem na mais completa harmonia? Os homens tendem a dizer que cabeça de mulher ninguém entende, mas a recíproca é mais do que verdadeira. A simplicidade de um pensamento masculino vai muito além das nossas elucubrações. A elaboração de um pensamento feminino vai muito além da linearidade de um pensamento masculino. Sempre achei que homens são de verbos e mulheres são de adjetivos. Mulheres são barulho e homens são silêncio. As mulheres são chuva e os homens guarda-chuva. O diálogo fica, no mínimo, difícil. Na maioria das vezes, achamos que estamos dialogando, mas estamos simplesmente pensando alto e sozinhas, pois o outro lado não está ouvindo o que está sendo dito, não da maneira como está sendo dito. Não sei dizer se é somente uma questão de sintonia, algumas vezes o repertório interno de uma pessoa faz com que ela ouça somente as coisas que quer. Outras vezes, até ouve corretamente, mas não consegue absorver e mal interpreta. O tempo passa, as brincadeiras mudam. Tenho certeza que as meninas de hoje não perguntam à margarida se o amor é correspondido. Deve haver um software desenvolvido para que a pergunta seja feita em um super tablet com androids, wifi e bluetooth, e cuja resposta chega com a foto do ser amado dando a resposta pessoalmente para a consulente. Eu, que já sou bem antiguinha e confio nos desígnios da natureza , continuaria pegando a margarida e perguntando - bem me quer. . . mal me quer. . .

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