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20 de nov. de 2012
Na Islândia...
Naquele preciso momento o homem disse:
"O que eu daria pela felicidade
de estar ao teu lado na Islândia
sob o grande dia imóvel
e de repartir o agora
como se reparte a música
ou o sabor de um fruto.!
Naquele preciso momento
o homem estava junto dela na Islândia -
Jorge Luis Borges
28 de out. de 2012
Once upon a time. . .
Quem um dia não desejou achar o gênio da lâmpada para poder fazer os tão sonhados 3 pedidos e garantir que tudo que você deseja viesse ao seu encontro. Pois é... não é bem assim. Saiba que se você achar uma dessas lâmpadas mágicas, você não poderá pedir "morte ou vida", "amor", "mais de 3 desejos" e não poderá, também, desfazer os desejos uma vez que tenham sido feitos. Um certo dia, conversando com um desses gênios da lâmpada, ele me disse que dos 1001 desejos que ele já tinha atendido, todos, sem exceção, acabaram mal. Acredito que todas as pessoas passariam por cima dessa informação e certamente fariam os 3 pedidos, mesmo sabendo que eles acabariam mal. Pessoas tendem a ser assim. Não adianta saber, tem que experimentar. Esse mesmo gênio me confidenciou, também, que, se ele pudesse fazer um único pedido que fosse, e mesmo sabedor das consequências do pedido, ele pediria liberdade tendo em vista que não poderia pedir "amor". Quando livre, ai sim ele iria procurar o amor. Por que será que as pessoas, e até mesmo os gênios, procuram tanto o amor? Será que precisam da química que ocorre quando se apaixonam, como se fosse uma droga que vicia? Será que o gênio sabe da existência da adrenalina, norepinefrina, dopamina, oxitocina, serotonina e das endorfinas, que mexem com o nosso cérebro e corpo? Será que os gênios também querem passar por sensações que vão da total euforia à mais profunda depressão em questão de minutos? Não seria a vida sem amor e dentro da lâmpada muito mais tranquila e sossegada? E por que será que o amor não pode ser pedido para a lâmpada? Seria tão mais fácil encomendar um amor que coubesse direitinho nas nossas expectativas. Embora nem os humanos e nem os gênios saibam bem do que se trata tudo isso e como obter respostas, uma coisa é certa - quando ele acontece, entra na sua vida sem pedir permissão e pode ser também que ele não possa ser pedido para a lâmpada por ser maior que um desejo de gênio. Quem é que sabe!!!
4 de out. de 2012
Nós, os carecas
Em 1942 surgiu a marcha de carnaval Nós Os Carecas e até hoje a expressão - É dos carecas que elas gostam mais - viveu para se tornar uma grande verdade. Muitas mulheres são fascinadas por carecas, e confesso que sou uma delas. Jason Statham, Bruce Willis e Zinédine Zidane são alguns que eu citaria, já que aqui não posso citar todos que ficam charmosos e gostosíssimos sem cabelos. Alguns homens, tolamente, resistem contra a calvície, muito provavelmente, porque não sabem o efeito que isso pode causar em mulheres que gostam desse tipo de homem. Eu diria até, que muitas atrocidades são cometidas em nome de uma vasta cabeleira: implantes, spray simulador de fios, um cabelão que, de repente, vira um tucho de cabelos ou até a mais grotesca das formas de esconder a calvície, que atende pelo nome de peruca. Vocês já imaginaram quanta tensão guarda um homem de peruca? O homem que usa peruca tem como inimiga número um a Natureza. A ação da natureza, em sua forma de vento forte ou chuva, não pode acontecer, ou prejudicará irremediavelmente o dono da odiosa peruca. Essa criatura muito provavelmente também não poderá ir à piscina, à praia, ou sequer ao motel. Mais uma vez, atitude é tudo. Não adianta se esconder atrás do inevitável. Os anos passaram, os cabelos caíram, nada mais digno do que assumir que se ficou calvo ou careca. Armem-se se uma máquina de cortar cabelos com pentes diversos e unam-se aos mais charmosos homens, que cheios de atitude preferiram assumir de verdade àquilo que poderia ser uma grande mentira. E por último, mas não menos importante, nunca tinjam os cabelos. O páreo entre um homem de peruca e um homem com os cabelos pintados é muito duro, e aqui, infelizmente, não haverá vencedores.
16 de set. de 2012
Vem gatinho.... Vem
Quanta coisa não se sabe sobre gatos quando não se gosta de gatos. Acredito que deixo de saber muita coisa sobre outras tantas, simplesmente porque tendo a ser muito desinteressada daquilo que não faz parte do meu mundo. Gatos é uma delas. Porém, hoje, ouvi umas coisas bem charmosas sobre gatos que nem fazia ideia. Uma delas é que gatos gostam de beber água corrente, por isso muitos deles sobem na pia da cozinha para beber água da torneira. Acabem bebendo menos água do que precisam (mesmo porque ainda não sabem abrir a torneira), e também porque são espantados dali. Portanto, quem tem um gatinho deveria comprar uma fonte para gato. Eu nem fazia ideia que houvessem fontes para gatos, mas acho que quem tem gato já comprou uma dessas fontes. Também soube que eles adoram escalar as alturas e gostam de estar acima do nível do chão e portanto é necessário que se arrume um jeito de ter lugares de acesso para eles, onde eles possam subir sem destruir tudo o que há na casa. A mesa da cozinha também é um lugar onde eles se animam a subir e portanto já existem borrifadores de ar com sensores que ao sentirem a presença do gato jogam spray de ar para que ele se incomode, desça de lá e se desestimule a subir outras vezes. Dupla face colada em cima da mesa também provocam desconforto nas patinhas e ele evitará subir. Que fácil é condicionar um gatinho. Por que não inventam aparatos que parecem tão eficientes para condicionar gente? Seria tão mais fácil. Você se equiparia com borrifadores para gente, fontes para humanos e toneladas de dupla face, pegaria o manual, seguiria direitinho as instruções e tudo que teria que fazer seria dizer bem carinhosamente... Vem gatinho.. vem!!!
6 de set. de 2012
Salame com mel
É engraçado como conseguimos chegar a uma idade, digamos até que bem avançadinha, sem experimentarmos algumas coisas que parecem, mas só parecem, não combinar. Salame com mel é uma delas. Eu não sabia dessa combinação, e também nunca havia me ocorrido, até que um dia foi lançado em NY um Sunday de Bacon. O correspondente de NY que fez a matéria havia experimentado e não havia gostado, mas disse que gostava, e muito, de sanduíches de salame com mel. Aquela mistura ficou martelando na minha cabeça e fiquei pensando no resultado que esses dois sabores juntos teriam. Mas algumas combinações não podem ser imaginadas somente, elas têm que ser experimentadas. Para minha surpresa, eu não só gostei muito, mas fiquei viciada. Agora já não sinto graça de sentir um sabor, se ele não estiver complementado pelo outro. Engraçado como certas coisas não fazem falta até que elas sejam incorporadas de forma que uma coisa fica muito sem graça sem a outra. Quando menciono como é divertido misturar, algumas pessoas torcem o nariz, duvidam, ou simplesmente riem da combinação, sem a mínima intenção de experimentar. Por que não experimentar? Toda vez que experimentamos algo, podemos afirmar que sim ou que não. Simplesmente torcer o nariz não é uma boa política para grandes descobertas. Em caso de dúvida, vá lá e experimente. Se for esquisito, deixe pra lá e nunca mais pense no assunto. Se for gostoso, coma de lamber os beiços. Se for gostoso, mas engordar, consuma com moderação. Só não deixe de experimentar, pois sem saber o gosto final não dá para afirmar que aquele sabor não é para nós. Alguns sabores são para nós, ainda que nem saibamos disso.
18 de ago. de 2012
Blá Blá Blá
Admitindo humildemente a minha ignorância, sempre achei que blá blá blá fosse uma expressão nascida na língua portuguesa. Só que ela não nasceu brasileira e sim foi importada da França. O blá blá blá tupiniquim ia bem até que um dia ouvi uma pessoa de origem turca, moradora em Istambul dizer a expressão. Fiquei intrigada com aquilo e perguntei para algumas pessoas se sabiam a origem da palavra e como ninguém soube me dizer, fui procurar a sua origem. Descobri que a mesma nasceu na França, derivada da onomatopeia imitativa ou relacionada ao verbo blaguer (que significa dizer coisas ridículas ou mentiras). Nessa linha de onomatopeias, acabei lembrando-me da expressão nhenhenhém, que obviamente nunca ouvi um turco pronunciar, portanto não deve ter origem de nenhum verbo em francês. Resolvi, também, procurar a origem da expressão. Diz-se que nhenhenhém vem do verbo nheë, em tupi, e quer dizer falar muito e sem noção. Quando os portugueses chegaram ao Brasil, os indígenas não entendiam aquela falação estranha e diziam que os portugueses ficavam a dizer "nhen-nhen-nhen". Até hoje, estamos aguentando muito nhenhenhém de todos os lados. Sabidas as origens e mortas as curiosidades, vamos tocar a vida, sabendo que de bla bla bla e de nhen nhen nhen também se vive.
15 de ago. de 2012
Liber...doce...dade
A questão da liberdade está sendo tratada desde o século VI a.C, quando os primeiros filósofos resolveram discutir a realidade última das coisas. Até hoje, os filósofos contemporâneos não encontraram uma resposta satisfatória e que contivesse a essência da liberdade, ainda que em sua forma mais primária. Quando os conceitos começam a ficar confusos demais e os acordos começam a se embaralhar, tendo a procurar uma definição que atenda as minhas próprias necessidades e nas quais me baseio para ir seguindo adiante. São definições individuais facilitadoras para que eu resolva meus próprios conflitos. Para mim, a liberdade é uma condição que acontece somente dentro de você. Ela não tem outros donos, ela só pertence a você. É impossível exercer a plena expressão da vontade humana coletivamente. Embora seja um sonho almejado por todos, eu sempre me pergunto: Depois que você alcança uma forma qualquer de liberdade, o que você faz com essa nova condição? Depois do trabalho que te exigia e entediava? Depois do relacionamento que te oprimia? Depois do amigo que só exigia e não te dava nada em troca? Depois do relacionamento desgastado terminado? E agora? Agora, todas as formas de liberdade assustam, pois tiram de você o "outro" no qual você se baseava para sentir-se preso e consequentemente impedido de seguir em frente. As pessoas gostam de colocar no ombro dos outros o peso de suas responsabilidades. No caso da liberdade, é muito difícil assumir autoria, fazer valer, encarar de frente e olhar nos olhos da liberdade. Liberdade tem preço, liberdade custa caro, liberdade solta as rédeas. Nem todos estão preparados. Nem todos sabem o que fazer com ela. Liberdade demais confunde. Liberdade de menos sufoca. Liberdade é um caminho desconhecido. Em caso de perda de rumo, pergunte o caminho ao melhor aliado da liberdade que é o seu coração. Ele sempre sabe para onde ele tem que te levar para encontrá-la.
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