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1 de fev. de 2008

E viva o Carnaval

Dizem que o Carnaval é a festa do povo. Do povo brasileiro, claro. Que outro país teria o rítmo, a ginga, o clima e as mulheres despudoradas do Brasil ? Aqui é o país do despudor, da malícia, da sacanagem e, claro, da consequente roubalheira. E nada melhor que o momento de total irresponsabilidade que o carnaval carrega para que as pessoas soltem todos os diabos que guardaram com eles o ano todo. Carnaval virou sinônimo de putaria. Lembro-me de um carnaval distante e de um primo perdido, cujo paradeiro era dentro de uma casinha de carro alegórico de escola de samba de última categoria. Ele todo animado, ao som de allah-la-ô ô ô ô ô, mas que calor, ô ô ô ô, inocentemente, correu atrás da alegoria até se enfiar dentro casinha. Foi um problemão achar esse moleque. Mas, esse também era o máximo de problema que os pais enfrentavam com seus filhos, durante o carnaval. Hoje, o pessoal busca sexo infrene e irresponsável, abusa de bebidas alcoólicas e das drogas, entre outras coisas, em nome da alegria do carnaval. Felicidade comprada em saquinho de confete e serpentina não vale. Numa dessas noites insones de carnaval, liguei a TV, que mostrava um desses bailes noturnos do Rio de Janeiro. Mulheres já ensandecidas ficavam ainda mais ensandecidas em frente à câmera de TV e, ao serem filmadas, começavam a fazer coisas que até o diabo duvidaria, frequentasse ele o carnaval do Rio. Baixarias à parte, é feriado. Quem é de pular, pular. Quem é de beber, beber. Quem é de dormir, dormir. Eu, da minha parte, só trabalho na quinta e por isso já vale o Carnaval. A todos, um bom carnaval!

Um comentário:

Anônimo disse...

Nunca gostei de Carnaval, mas gostava do feriado. Era uma oportunidade para sair com as crianças, ficar mais tempo com elas, muito embora torcesse o nariz para este excesso de feriados em um país que necessita produzir. Hoje não gosto nem de um nem de outro, apesar de adorar trabalhar em feriados.

Meu filho mais velho está na Espanha,convidado para fazer um trabalho. Dizia-me ele, outro dia, que lá, em Madrid, a jornada de trabalho é das 09:00 às 12:00 e das 16:00 às 18:00. No intervalo, que eles chamam de “siesta”, fecha-se tudo. Comércio, escritórios, alguns serviços, enfim. Quem conhece Madrid deve saber. Sabe-se lá quantos séculos eles levaram ralando a bunda para poder ter 4 horas de siesta todos os dias.
Hoje provavelmente transferiram a produção pesada para algum Tigre Asiático e fazem a sua “siesta”. Nem precisam de um sem fim de feriados.

Aqui querem mais renda sem trabalhar. E ter Carnaval ainda por cima.
Bem, não tenho mais saco para desfilar teses nem procurar certos ou errados. Depois de trinta anos de muito trabalho, faço a minha própria “siesta” e trabalho de vez em quando.

Meu filho trabalha como um louco desvairado...faz a parte dele. Se estressa todo dia e adora feriados, ou seja, troca uma agitação por outra.
Quando tiver netos voltarei a gostar dos feriados e sem nariz torcido, só o sorriso expandido, afinal, terei um ótimo motivo para decretar feriados todos os dias.
Direito adquirido, oras. What the hell.

Alê